Humildade
Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.
Cora Coralina
Que sejamos humildes na totalidade da palavra, no gesto, na expressão visual, no silêncio, aceitando a vida como ela é. A felicidade consiste na aceitação de si próprio e do outro com seus erros e defeitos, na aceitação do que tem, sem ficar só olhando o que não tem, na certeza de que as coisas mais simples são pontos de sabedoria para nosso crescimento espiritual.
A felicidade não é um lugar para se buscar e sim... um lugar para se morar. Quem a busca ao longe nunca a encontra no lugar onde está.
Beijos a todos, façam uma humilde oração pela alma de Cora Coralina.
Rita Elisa Seda
2 comentários:
É de arrepiar!!! Quem dera o ser humano pensasse igual e agradecesse todas as noites, por todas as manhãs que ele "ganha de presente"!!! (o pleonasmo foi proposital...)
Olá, Rita!
Recebi um e-mail da Miriam, da Sala de Leitura de SJCampos e cá estou eu lendo os escritos de Cora Coralina, que aprecio muito!
Obrigada pelo presente.
Quando der, visite o meu blog de poemas de minha autoria.
Um beijo de
Chris Amag
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