segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Clovis Carvalho Britto




Encontrei Clovis Carvalho Britto na Casa Museu Cora Coralina, foi uma surpresa ver o Doutorando em Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB), Mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG) sentadinho diante do computador. O tempo pareceu que parou. Igualzinho quando morei em Goiás e passava pela Casa Velha da Ponte... lá estava o incansável historiador pesquisando Cora Coralina. Agora o via ali, no mesmo local, do mesmo jeito, com o mesmo sorriso. Conversamos bastante. Ele é mestre... ou melhor - doutor! em Cora Coralina. Muito aprendi ao ler sua dissertação de mestrado 'Sou Paranaíba pra cá'. Quem vê o rosto juvenil de Clóvis não pode avaliar a sapiência desse mestre.
Depois nos encontramos na Biblioteca Frei Simão Dorvi. Foi um bate-papo de amigos, Fátima Cançado, Ana Maria, Benedito, Clovis e eu. Uma alegria conversar com pessoas de tão alto grau de sabedoria. Sabem tudo sobre onde moram, conhecem a cidade de Goiás como a palma de suas mãos. E tem mais... conhecem toda história vilaboense. Ali, cercada de livros, jornais e revistas por todos os lados descobri que o maior patrimônio vilaboense não é uma biblioteca, mas sim, o povo vilaboense. Os que me fizeram ver isso foram esses amigos.
Obrigada por tudo.
Felicidades e a paz!
Rita Elisa Seda
"A poetisa Cora Coralina, em diversos momentos de sua obra, destaca a literatura como uma forma de recriação".
Clovis de Carvalho Britto

4 comentários:

  1. Cora Coralina
    Célia Siqueira Arantes

    Cora Coralina
    mulher, anciã, menina?

    Na força fecunda de sua palavra
    que inunda sua obra, sua lavra,
    abrangendo em comunicação
    alma e coração;
    no desencadear de pensamentos
    feitos de emotividades
    e envolvimentos,
    contando e cantando
    a natureza
    na simplicidade
    da beleza,
    na magia de seu rude verso,
    a riqueza de seu universo.

    Mulher de todos os tempos,
    sem idade,
    não revive
    e nem vive
    da saudade.
    O passado, passado a limpo
    a ferro e fogo,
    sem omitir o lado feio,
    o jogo
    amargo e cinzento
    de muitos que lhe feriram a carne, o coração,
    mas não lhe macularam o pensamento.

    Saboreia o presente
    e oferece um naco do sabor
    ao visitante-viajor
    na frescura de sua casa antiga,
    na maciez de sua fala amiga,
    onde conta casos e encanta,
    com a força telúrica de seus versos
    em sua voz teatral,
    qual um ritual,
    não ensaiado,
    mas, vivido
    e revivido...

    Na revelação de sua genialidade
    a mulher sem idade
    presente às manifestações do futuro,
    numa antecipação configurada
    de seu elevado quociente intelectual.
    A idade cronológica não conta,
    mas, a lucidez, a lógica.
    É tanto o tempo...
    perdeu a conta.
    Traduz-se mais na força mental
    que não se estagnou, nem embotou.
    O conceito que tem das coisas, da vida,
    a integração da realidade,
    a pemanente juventude espiritual
    dessa mulher sem idade,
    que abomina o atraso cultural,
    torna-a grande em sua humildade.

    Com ela é direto ao assunto,
    ao fato, sem sutileza, sem covardia.
    A coragem não se perdeu
    na voragem do tempo,
    que não a venceu.

    A chama de sua vida
    como a de seu fogão de lenha
    aconchegante, acolhedor,
    dá guarida ao visitante, ao viajor
    e refrigera na água fresca e pura
    da biquinha no porão,
    onde a oferece, na concha da mão,
    entremeada com versos e leitura...
    Na musicalidade de sua voz
    a um tempo trêmula e forte,
    força que transcende
    além de sua frágil figurinha,
    de seu porte forte
    envolve-nos com seus versos,
    impregnados de coerência e saber,
    dando-nos anseios de captá-los todos,
    sem deixar que nenhum se perca no tempo,
    nem seja levado pelo vento,
    mas, guardado no escrínio vivo da memória
    Revivendo a história,
    testemunha do progresso,
    da mudança,
    testemunha em retrocesso
    guarda viva na lembrança
    a História de Goiás!...

    Cora Coralina, mulher, anciã, menina
    entre doces e poemas,
    tempo, desencanto, penas,
    o que vislumbra no horizonte
    da velha casa da ponte?..
    Espera alguém que a ajude?...
    Com carinho, solicitude?
    Um pouco de conforto, paz?

    É o mínimo que se pode oferecer
    ao Patrimônio Vivo da Cidade de Goiás que a viu nascer...


    https://literaturadobrasil.websiteseguro.com/livro.php?livro=28&cap=417
    https://literaturadobrasil.websiteseguro.com/index.php?autor=16

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  2. Rita Elisa
    Que maravilha esse encontro com Clovis que você está me proporcionando. Jamais mantive contato com ele, pois logo que ganhei o livro de meu filho, chamou-me atenção especial seu nome, depois nossos contatos. Agora cá estou conhecendo um pouco do co-autor da obra tão magistral que leio e releio com todo carinho todos os dias. Obrigada por tanta informação. Você é ótima realmente. Não é qualquer pessoa que tem todo esse cuidado para com o público leitor. Você mostra os bastidores da obra, o que sempre pensei em pesquisar e escrever, você já o fazia, por isso nos encontramos. Deus é bom por demais e sabe dos nossos anseios e os realiza. Obrigada

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  3. Inajá, Clóvis é uma pessoa iluminada. Ele é tão amigo que está chegando para o lançamento do livro A Menina dos Vagalumes. O melhor de Raízes de Aninha foi descobrir o companheirismo de Clóvis. Beijos, felicidades e a paz!

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  4. OLÁ GENTE.
    É UM IMENSO PRAZER ESTA POSTANDO AQUI.GOSTARIA DE CONTAR COM AJUDA DE VCS, PRA A MINHA ELABORAÇÃO DO ARTIGO DE CONCLUSÃO DE CURSO. PRECISO DEINFORMAÇOES A RESPEITO DO ENSAIO (LIVRO),RAIZES DE ANINHA.SERIA POSSIVEL QUE ME ENVIASSE ALGUM MATERIAL QUE ME DESSE FUNDAMENTAÇÃO NO ARTIGO: O MODERNISMO NAS OBRAS DE CORA.POR FAVOR ME ENVIE NO E-MAIL:FABY.LOIOLA@HOTMAIL.COM, DESDE JÁ AGRADEÇO.UM ABRAÇO.EU

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