terça-feira, 27 de abril de 2010

MADRUGADA


Madrugada



Na madrugada em que me permiti
Deitar no chão frio,
Sob a “cuia da noite”
Enxerguei o “útero negro”,
Parindo estrelas e nuvens.


Os seres madrugavam...
As horas passavam...
O silêncio gritava...
E quanto a mim,
Madrugava com as coisas,
Tendo quase a certeza
De que nem precisaria escrever mais versos.


Teria somente que “ser”;
Passando com o tempo...
Madrugando como as coisas...


Na madrugada em que
Optei pela vigília...
Vi a rotina do céu,
Que nada tem a ver com a minha.


(Não contei os astros. Somente
Aguardei uma estrela cadente
que cismou cair ao término do poema.)


Eu, “desordenada”...
Esperei o extraordinário,
Que se fez no ordinário...


A madrugada “madrugou”
E com ela todos os seres,
Inclusive eu, que, poetando,
Peguei caneta e papel...
Só para não perder essa mania de grandeza...
De achar que meus versos
Também podem parir estrelas...







Mirian Menezes de Oliveira
Poeta/maior
São José dos Campos

3 comentários:

  1. Oláaaaaaaaa

    Somos donos de nossos atos,
    mas não donos de nossos sentimentos;
    Somos culpados pelo que fazemos,
    mas não somos culpados pelo que sentimos;
    Podemos prometer atos,
    mas não podemos prometer sentimentos...
    Atos sao pássaros engailoados,
    sentimentos são passaros em vôo.

    Mário Quintana

    Um lindo final de tarde prá voce com amor e poesia.

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  2. FELICIDADE

    És precária e veloz.
    Felicidade
    Custas a vir e quando vens,
    Não te demoras,
    Foste tu
    Que ensinaste aos homens
    Que havia tempo
    E, para te medir,
    Se inventaram as horas


    Cecília Meireles

    Beijos poéticos prá ti neste dia!! M@ria

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  3. ERGO CORES DE UMA MÃO
    QUE SABE À FOLHA DO TABACO
    E AO FUMO QUE É UM SENÃO
    É UM CACHIMBO DE CACO
    EMBRULHADO EM PALAVRAS DE TRAJES
    ENTRE CAMPAS E LAGES
    QUE NÃO A MORTE
    MAS O DISCÍPULO DA SORTE
    QUE NAVEGA ENTRE O FUMO
    DAS ARGOLAS QUE SE ELEVA
    E NÃO QUANDO NEVA
    NOS POENTES DO FIO DE PRUMO
    QUE NOS MEDE A TENSÃO
    AO DIABO DO CORAÇÃO.

    nINGUÉM (jORGE mANUEL bRASIL mESQUITA
    30/04/2010 - 12H36 - bIBLIOTECA nACIONAL

    ETPLURIBUSEPITAPHIUS.BLOGSPOT.COM

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