sábado, 10 de abril de 2010

Oração fruto da vivência de uma nobre mulher


Humildade



Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.



Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.



Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.



Cora Coralina

Hoje é dia 10 de abril, aniversário da morte da Mulher Guerreira: Cora Coralina. Em seus poemas  há verdades inteiras que até hoje enchem de contentamento a alma de quem os lêem.
Que sejamos humildes na totalidade da palavra, no gesto, na expressão visual, no silêncio, aceitando a vida como ela é. A felicidade consiste na aceitação de si próprio e do outro com seus erros e defeitos, na aceitação do que tem, sem ficar só olhando o que não tem, na certeza de que as coisas mais simples são pontos de sabedoria para nosso crescimento espiritual.
A felicidade não é um lugar para se buscar e sim... um lugar para se morar. Quem a busca ao longe nunca a encontra no lugar onde está.
Beijos a todos, façam uma humilde oração pela alma de Cora Coralina.
 
Rita Elisa Seda

2 comentários:

  1. É de arrepiar!!! Quem dera o ser humano pensasse igual e agradecesse todas as noites, por todas as manhãs que ele "ganha de presente"!!! (o pleonasmo foi proposital...)

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  2. Olá, Rita!

    Recebi um e-mail da Miriam, da Sala de Leitura de SJCampos e cá estou eu lendo os escritos de Cora Coralina, que aprecio muito!

    Obrigada pelo presente.

    Quando der, visite o meu blog de poemas de minha autoria.

    Um beijo de
    Chris Amag

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