PALAVRAS DE SEDA

Escrever passou a ser necessidade diária, como a respiração mantém o corpo vivo, o ato de escrever mantém minha alma solta para trafegar pelo mundo dos sonhos.
Ao me deixar levar pelas palavras visualizei novo horizonte e criei asas. Voei.
Em vinte anos escrevi dezenove livros em vários estilos: conto, crônica, poesia, romance e biografias.
Alguns de meus livros biográficos foram livremente inspirados para o cinema e TV. Ganharam prêmios.
O importante é continuar escrevendo, registrando histórias e estórias para que a memória não se perca no mundo digital.
De tanto escrever biografias resolvi deixar o registrado meu ensaio biográfico cujo viés é meu Anjo da Guarda. Pode parecer um pouco estranho, porém é bem real. Por isso, acesse também o meu blog "Os Anjos não envelhecem", eu disponibilizei meu livro na íntegra, onde constam fotografias e documentos. O livro físico está esgotado.
Viaje através das palavras. Bem-vindo (a).

















































































































quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

CIA TEATRAL FARRICORA

Há mais de sete anos, na cidade de Goiás, jovens se reuniam em minha casa todo fim de semana e, ás vezes, todos os dias, para conversarmos a respeito da globalização cultural. Dentre todas as artes, sempre presente nesses encontros, estavam: a música, a literatura, o teatro e o cinema. Desde o primeiro encontro me tornei mais que amiga desses jovens, escutando, compreendendo, observando, incentivando, puxando a orelha, mostrando caminhos e acolhendo. Amo todos eles. Nessa época resolvemos montar um grupo teatral que levasse a cultura vilaboense para os quatro cantos do planeta. Sonhos. Sim... mais vale sonhar e caminhar nessa vereda, do que ser realista e ficar à beira do caminho. Caminhamos.

O ponto chave era o nome do grupo, depois de uma lista com vários prováveis nomes decidimos pelo que era mais sonoro, mais vilaboense: FarriCora. Farri – por causa dos farricocos, aqueles homens encapuzados que saem na quarta feira negra da Semana Santa em procissão pelas ruas de Goiás; Cora – por causa da poeta maior, sem precisar de explicações, o nome em si basta. Colocamos em ata o início do grupo.

O segundo passo era a preparação de um estandarte. Isso mesmo, um grupo de teatro que se preze tem de ter uma bandeira. Ficou bela. Uma base em pano patwork, feito por exímia costureira vilaboense, uma boneca Cora (que nos foi doada por Marlene Vellasco, diretora do Museu Casa de Cora Coralina) segurando em cada uma das mãos uma máscara de farricoco (uma representando o drama e a outra a comédia). Eu fiz as máscaras, bordei o nome com tecido dourado, montei o estandarte com muito amor e carinho. Nosso batismo como grupo teatral foi sublime, foi na Bienal do Livro de Goiânia onde nos apresentamos em uma tarde de sábado. As pessoas paravam para escutar Núbia declamando poesias de autores vilaboenses. Uma alegria.

Desde aí não paramos mais. Apresentamos em Sanclerlândia, Mossâmedes, Itaberaí, Itaguarí, Itaguaçú, Mozarlândia, Itapirapuã, Goiânia, Faina, e outras cidades goianas. As peças têm cunho folclórico: O causo do Espelho; A procissão das Almas; Nossa história é um causo; Dia do Vizinho; Bastião e Bernadete; Falácia das Almas; Xilingos; Os índios Goyazes; Negrinha e o caco azulpombinho; e muitas outras. Também participam durante a Semana Santa através da representação teatral da Via Sacra.

O grupo é coeso, animado, brilhante e dinâmico. Sinto falta dele. Agora que voltei há mais de cinco anos para o estado de São Paulo, vou poucas vezes por semestre à linda cidade de Goiás. Lugar místico, fascinante, que me remete à verdadeira identidade cultural brasileira. Se você quer saber como, vá para Goiás. Entenderá.

No dia do lançamento do livro Eugênia Sereno A Menina dos Vagalumes, o diretor teatral do grupo FarriCora, Sérgio Praia Campos, compareceu, me deixou de presente, uma série de fotografias e vídeos dos momentos marcantes do FarriCora. Eu ainda sou Diretora Cultural do grupo, mas sinto a necessidade de passar esse encargo para uma pessoa mais atuante ao grupo atualmente. Alguém que resida em Goiás.

Deixo aqui algumas fotografias onde estão registrados momentos marcantes para o FarriCora. Apreciem. Sei que vão gostar.






 









































6 comentários:

Silvinh@ disse...

Oi, Rita Elisa...
Que lindo trabalho você iniciou com estes jovens!!! E como foram previlegiados por terem você como Diretora, orientadora do grupo.
A cada dia você me surpreende, Rita Elisa...
Diretora de teatro...kkk...Esta é minha amiga Rita Elisa, quantos talentos, hein!!!
Adorei o nome do grupo!!!Não poderia ser outro. Inspirado por Cora Coralina, com certeza!!!
Amei o estandarte, puxa, bem original, lindíssimo...me lembrou Folia de Reis...Ficou maravilhoso, e mais uma vez Rita Elisa em ação...confecção de máscaras, bordados...Mãozinhas de Fada!!!kkkkk
Considero Minas Gerais, Bahia e Goiás, os estados que mais caracteriazam o Brasil, tal como ele é, com sua diversidade cultural, com suas crenças, credos, artesanatos, música, teatro, seu povo, sua raízes, seus costumes: Belo trabalho Rita Elisa!!!
Que Deus continue te inspirando nos mais diversos modos de expressão, seja ele qual for; cultural, espiritual...
A vocês grupo FarriCora; PARABÉNS!!!
O CAMINHO SE FAZ CAMINHANDO, RITA ELISA bem ensinou a vocês!
Tenham sempre ânimo, coragem, força, pois infelizmente este trabalho não é tão reconhecido e aprecido pelo povo brasileiro. Que pena! Amo teatro!!!

Beijos, forte e carinhoso abraço!!!

Silvinha

Eliane Accioly disse...

Rita Elisa,

que delícia entrar em seu blog e me deparar
com uma cia teatral,jovens e lindos atores, incluindo sua diretora, você.
Muito especial morar em Goais Velha. O nome do grupo FarriCora é incrível!
Não sabia que assim se cahmavam os encapuzados da semana santa.
O trabalho artezanal é maravilhoso!
Fico feliz por vocês estarem levando o teatro para várias cidades. E é só o começo!!!!!!!!!!!!

Bjs

Rita Elisa Seda disse...

Silvinha querida, a Cia FarriCora consegue, com poucos integrantes, levar a cultura vilaboense para todo estado de Goiás. Agora é preciso descentralizar, ir para outros estados. O intercâmbio de idéias é a melhor forma de estimular a dramturgia nacional. Vamos em frente. Beijos.

Rita Elisa Seda disse...

Realmente, Eliane, é só o começo... a Cia FarriCora é uma árvore que tem raiz vilaboense, sua seiva é feita de folclore, criando uma identidade com o popular goiano. O gostoso é sentar debaixo dessa árvore e apreciar o espetáculo. Beijos, felicidades e a paz!

Inajá Martins de Almeida disse...

Rita querida amiga
Essa caixinha de surpresa, revestida de Sêda, só pode ser nossa querida Rita Elisa, que a todos nós de momento em momento surpreende e encanta.
Trás ao meu coração, lembrança de um passado distante, que se conta em quatro décadas, quando nossa professora, doutora em Letras Românicas, dona Carminda, com seu sotaque forte e marcante de uma bela, inteligente e sábia lusitana, na então Escola de Biblioteconomia e Documentação de São Carlos, levava-nos a desbravar o universo do folk lore (povo e saber) - a tradição e cultura de povos e dizia da riqueza que encontrara em nossa nação, com tanta diversidade regional de manifestação popular.
Agora você nos remete a um grupo, que você mesma criara, que homenageia seu maior expoente - Cora Coralina - que nos faz conhecer um pedaço de um Brasil repleto de história e tradição - Goiás.
Quem não tem desejo de percorrer essas terras?
Mas, você nos leva a ela por meio da tecnologia - a internet.
Lindas fotos. Lindo grupo. Linda a pessoa que você é. Precisa ganhar outros territórios sim.
Obrigada por mais esse retalho, por mais esse alinhavo.
Beijos e até mais.

Blogs da escritora Teka Castro disse...

Lindas fotos.
Já que gosta de teatro acesse o blog do cavalo nóia
http://cavalonoia.blogspot.com do professor e artista plástico Jackson Matos.
Abraços, Téka Castro
http://alegabema.blogspot.com