PALAVRAS DE SEDA

Escrever passou a ser necessidade diária, como a respiração mantém o corpo vivo, o ato de escrever mantém minha alma solta para trafegar pelo mundo dos sonhos.
Ao me deixar levar pelas palavras visualizei novo horizonte e criei asas. Voei.
Em vinte anos escrevi dezenove livros em vários estilos: conto, crônica, poesia, romance e biografias.
Alguns de meus livros biográficos foram livremente inspirados para o cinema e TV. Ganharam prêmios.
O importante é continuar escrevendo, registrando histórias e estórias para que a memória não se perca no mundo digital.
De tanto escrever biografias resolvi deixar o registrado meu ensaio biográfico cujo viés é meu Anjo da Guarda. Pode parecer um pouco estranho, porém é bem real. Por isso, acesse também o meu blog "Os Anjos não envelhecem", eu disponibilizei meu livro na íntegra, onde constam fotografias e documentos. O livro físico está esgotado.
Viaje através das palavras. Bem-vindo (a).

















































































































quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Anjo de Santo Agostinho

Festa de aniversário de adulto? Que adulto? Só porque já passei dos 50? Cada adulto que tenha  20, 50 ou 80 anos tem uma criança em si. Isso é alegria de viver!







Até os 50 anos eu me via como aquele anjo agostiniano, que colhia água em concha de mãos, corria até a praia, com medo de que toda água se esvaísse por entre os dedos, e preenchia um pouco do buraco na areia, satisfeita em ver que a cada ano a água tomava conta do buraco, enchendo-o um pouco mais, preenchendo-o com a água salgada da vida. Alguns sonhos que pingavam de minhas mãos para preencher buracos na areia feneceram no caminho, as realizações foram poucas. Mesmo que me dissessem que fiz muito... eu achava pouco!
Depois que cheguei aos 50 anos, olhei para o buraco da areia e vi que ele ainda não estava repleto de água, corri até o mar... e pela primeira vez não vi o mar!... não enxerguei suas ondas quebrantes na areia, não escutei o estrondo da maré cheia!... pela primeira vez vi um oceano calmo e infinito. Libertei-me de minha pequenez em querer preencher um buraco vazio, se eu tinha um oceano de possibilidades à minha frente, deveria tentar. Então... me lancei ao oceano, sem medo. Escutei o pulsar da água como se estivesse no ventre de minha mãe. O tempo agora é marcado pelo ponteiro das realizações.
Acredito que todas as pessoas que chegam a essa maturidade de sentimento, as que passaram da metade da vida, sabem mergulhar assim, apaziguadas pelo calor de uma gestação de idéias.

Rita Elisa Seda

2 comentários:

Silvinh@ disse...

Nossa, Rita Elisa!!!
Que lindo, tudo isso!!!
Adorei sua reflexão!!!
Parabéns mais uma vez...
Que Deus te abençõe e te guarde sempre, com essa gestação de ideias...e te faça, renascer a cada ano que passa...
Acredito que tenha sido uma festa e tanto...
Adoro você!!!Beijão!!!

Fernanda disse...

Olá Rita,

Lindas fotos e profundas e sábias palavras.
Adorei seu estilo sensível de se expressar.
Fernanda
pautajornalistica.blogspot.com