PALAVRAS DE SEDA

Escrever passou a ser necessidade diária, como a respiração mantém o corpo vivo, o ato de escrever mantém minha alma solta para trafegar pelo mundo dos sonhos.
Ao me deixar levar pelas palavras visualizei novo horizonte e criei asas. Voei.
Em vinte anos escrevi dezenove livros em vários estilos: conto, crônica, poesia, romance e biografias.
Alguns de meus livros biográficos foram livremente inspirados para o cinema e TV. Ganharam prêmios.
O importante é continuar escrevendo, registrando histórias e estórias para que a memória não se perca no mundo digital.
De tanto escrever biografias resolvi deixar o registrado meu ensaio biográfico cujo viés é meu Anjo da Guarda. Pode parecer um pouco estranho, porém é bem real. Por isso, acesse também o meu blog "Os Anjos não envelhecem", eu disponibilizei meu livro na íntegra, onde constam fotografias e documentos. O livro físico está esgotado.
Viaje através das palavras. Bem-vindo (a).

















































































































quinta-feira, 14 de maio de 2020

O QUE VEJO ATRAVÉS DE MINHA JANELA - JOÃO BATISTA VENÂNCIO

 
 
 
O que eu vejo através da minha janela!
 
Quando a saudade aperta,
A mente grita seu desespero.
Talvez temendo que a boca
Já se tenha esquecido do tempero.
Quando a memória balança,
O corpo fica vivo.
As vezes querendo mudança,
Outrora exalando conservadorismo.
Quando os olhos se abrem,
A boca dá a deixa:
Se vê coisa boa, sorriso;
Se vê coisa tosca, se queixa.
Vê-se a vida por uma janela
Que é nova
(o dia todo, todo dia)
Encurta,
Escurece,
Clareia,
Amplia.
Há quem olhe por trás do vidro
Há quem abra e se entregue.
Quem não abre, pensa estar em segurança.
Sem notar que o vidro-medo
É frágil.
Qualquer pedrisco o transpassa.
Sábios são os que abrem,
Estes conseguem sentir o vento.
Ah! O vento... que por vezes é rude,
É também quem traz o cheiro.
Aí atiça a lembrança, a “queixosa do tempero”.
Atiça a memória, a que “reina o tempo inteiro”.
Atiça os olhos, que delegam à boca:

“Sorria!”
Atiça (por completo) o ser,
À noite
À tarde
De dia.
Da minha janela,
Ando vendo gente de janela fechada.
Convido-as
(gentilmente):
“Abram-na”.
Querendo, contudo, abrir logo.
Talvez até na base da pedrada.
Da minha janela vejo muito
E ela vê quase nada:
Alguém exercitando a paciência.
De olhos abertos
Sorriso no rosto
E alma lavada.
 
João Batista Venâncio

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