José Mauro Maciel é irmão redentorista, nascido em Aiuruoca-MG, desbravador de documentos antigos, incansável pesquisador.
Recomendo esse livro para os que se interessam pela história do Brasil!
PREFÁCIO
Com um firme olhar de pesquisador que perpassa a história a limpo, Irmão Maciel conduz o leitor. Divide conhecimentos adquiridos durante anos de leitura em acervos particulares e públicos trazendo à luz importantes documentos da memória nacional.
A representatividade iconográfica descrita por Maciel, incutida na
imagenzinha de Aparecida tem destaque bíblico onde o autor traduz como sendo uma tentativa de mostrar a Imaculada Conceição como reflexo do “Sol nascente”: Jesus Cristo. Conclui que o querer Divino germinou e está presente em Maria tornou-se um norte de santidade para os cristãos. A importância da imagem como um recurso de evangelização, como se fosse uma Bíblia dos analfabetos.
O autor pontua várias etapas determinadas pelo Reino de Portugal em defender a veneração pela Imaculada Conceição, dando ao Brasil colônia uma formação mariana.
Maciel traz de maneira enigmática a energia de Maria dentro da Igreja Católica, uma força que coexiste no momento sublime e divino da fecundidade em Maria. Condescendente a essa dualidade, tornou-se a Cheia de Graça, a que recebe e dá com amor filial e matriarcal, pois é o Sacrário Vivo e distribui benefícios para a
humanidade. Assim, o autor mostra que a figura da Igreja é comparada à “imagem e semelhança” de Maria.
Na busca do divino no cotidiano, Maciel nos alerta que o Ser Igreja está no acreditar e praticar o bem. A fecundidade da Igreja está inserida em Maria, porque Ela foi “a” escolhida, a Virgem Mãe do Senhor. Convida-nos participar à realidade humana... sem nos omitirmos a dignidade divina.
Exemplificando a devoção Mariana, Irmão Maciel cita diversos santos, teólogos, filósofos e pensadores católicos, que defenderam e escreveram a respeito da Imaculada Conceição de Maria. Autores de obras que perpetuaram o ensinamento e a crença da condição Imaculada de Nossa Senhora; os costumes das universidades europeias em defender a pureza de Maria, concebida sem pecado; as homilias de santos e papas à proteção da Imaculada Conceição da Mãe de Jesus; culminando com o dia 08 de dezembro de 1854, quando constou como dogma da Igreja.
Na mostra do mistério que existe no encontro à imagem de Aparecida, Maciel dá um grito de origem, acordando os que dormem à margem da história, os que se dizem cristãos e não entram na canoa para jogar a rede... Ele há alguns anos entrou no barco e continua dentro dele para pescar e saciar a fome de veracidade histórica; dedica seu tempo, sua visão, seu intelecto, sua habilidade cristã em acreditar, ter fé que conseguirá recolher a rede com uma grande soma de peixes-documentos que irão saciar a fome dos historiadores, pesquisadores e, principalmente, os devotos de Nossa Senhora. Mesmo que, para isso, precisou esperar; remar em águas que pareciam infrutíferas, jogar a rede era questão de servir a Deus. Jogou e... algumas vezes nada veio; porém, nos outros lances recolheu a rede cheia de novidades históricas.
Por isso, o Irmão Redentorista foi dinâmico e sensível em trazer essa luz, que são documentos pinçados com a delicadeza impregnada de partilha, para clarear alguns fatos que ainda estavam perdidos na escuridão da história.
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Alerto para que a leitura deste livro seja feita em um local silencioso, onde o poder das palavras trará a magia da viagem ao passado, onde você leitor poderá subir e descer serras, atravessar os rios, fugir de baleias, passar fome ou se saciar com içás e carne de macaco. Este não é um livro comum. Prepare-se para uma aventura.
Uma dessas aventuras é a descrição da viagem e atos do português Dom Pedro de Almeida Portugal e Vasconcelos que chegando ao Brasil, por causa do seu vasto conhecimento das Leis da Coroa, da Igreja e dos Costumes, foi nomeado governador e capitão general das Capitanias de São Paulo e Minas Gerais.
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Singular a leitura feita por Maciel a respeito da composição física à imagem de Nossa Senhora Aparecida: “possui traços europeus e está vestida à moda dos brancos, com cabelos indígenas e de cor negra.” Maciel tornou-a um ícone que amálgama as raças que deram origem ao povo brasileiro, simbolizando a transcendência à vida terrena, pois o barro é pó (terra), misturado com água, moldado e vitrificado através do fogo, passamos por todas essas etapas para sermos unidos, sem a fragmentação racial, ao longo dos anos nos tornamos apenas brasileiros.
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No compasso da história, Maciel move os ponteiros na linha cronológica do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida até o jubileu dos 300 anos da aparição. Ancorado em documentos, este livro é um acervo para os que navegam pelo oceano da história. Ao começar a leitura, você dará um pequeno passo para o homem... mas um gigantesco salto para sua espiritualidade.
Boa viagem.
Rita Elisa Seda
Pedidos para a Editora Santuário: www.editorasantuario.com.br
ou no Memorial Redentorista Paulo Vitor, museu em Aparecida; com direito a autógrafo do autor que é o curador do Memorial.
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