PALAVRAS DE SEDA

Escrever passou a ser necessidade diária, como a respiração mantém o corpo vivo, o ato de escrever mantém minha alma solta para trafegar pelo mundo dos sonhos.
Ao me deixar levar pelas palavras visualizei novo horizonte e criei asas. Voei.
Em vinte anos escrevi dezenove livros em vários estilos: conto, crônica, poesia, romance e biografias.
Alguns de meus livros biográficos foram livremente inspirados para o cinema e TV. Ganharam prêmios.
O importante é continuar escrevendo, registrando histórias e estórias para que a memória não se perca no mundo digital.
De tanto escrever biografias resolvi deixar o registrado meu ensaio biográfico cujo viés é meu Anjo da Guarda. Pode parecer um pouco estranho, porém é bem real. Por isso, acesse também o meu blog "Os Anjos não envelhecem", eu disponibilizei meu livro na íntegra, onde constam fotografias e documentos. O livro físico está esgotado.
Viaje através das palavras. Bem-vindo (a).

















































































































quinta-feira, 28 de maio de 2020

DEITADA NA RELVA - ROSEMARY SILVA





DEITADA NA RELVA!

Honrei e agradeci ao fogo sagrado, meus ancestrais e ao Grande Espírito. Adormeci sentindo o calor das brasas incendiando meu coração. Um lindo ritual para conexão profunda com Deus. A manhã chegou de mansinho, gélida. O sol com sua timidez não aquecia o suficiente, obrigando-me a utilizar gorro, cachecol e um pesado paletó. Fiz meu desjejum e percorri um longo caminho. Parei perto da cachoeira, sentindo um cheiro molhado de mato e terra penetrando em minhas narinas. Toquei a água com as pontas dos dedos, sentindo a energia da mãe água me arrepiando toda. Chorei. Um sentimento indescritível de gratidão por estar no lugar certo. Pássaros brincavam no ar, felizes com o novo dia. As folhas das árvores dançavam com o vento enquanto seus troncos sustentavam-nas como uma mãe dando segurança para seus filhos. Folhas grandes, pequenas, com formatos e cores incríveis. Fiquei ali não sei por quanto tempo apreciando aquele momento único. Quando retornei, passei pelo grande lago, sentindo o ruído do mato seco estalando sob meus pés. Tirei as botas e as meias para sentir a Pachamama. Fiquei ali de tocaia, ouvindo diferentes sons e ruídos entrando pelos meus ouvidos e penetrando de vagarinho na minha alma. Não resisti e deitada na relva me fundi com Pachamama. Assoprei pompons de paina para que os anjinhos voassem como pequenas borboletas alegres e brilhantes, sorri para as florezinhas rasteiras que sorriam para mim, reverenciei esse momento sagrado e permaneci deitada na relva, vendo através de minha janela a plenitude da vida e sentindo o tamborilar do meu coração.

ROSEMARY SILVA

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